Em São Paulo, está em testes um sistema revolucionário de coleta de lixo.
A lixeira chique virou atração. “A lixeira era uma lixeira de alvenaria, tinha um portão. Então era muita mosca, muita sujeira, cachorro esparramava, sabe”, conta a dona de casa Ercília de Oliveira.
Agora a lixeira fica trancada. Para abrir a tampa, os moradores têm um cartão com chip.
 
Mas diferente mesmo é a coleta desse lixo: um caminhão tem uma espécie de elevador que, à medida que sobe, é possível ver um tipo de contêiner embaixo da terra, com 20 mil litros de capacidade. É aí que o lixo vai sendo armazenado. Sensores eletrônicos informam a uma central quando esse contêiner atinge 80% de lotação. É a hora de o caminhão retirar todo o lixo. O contêiner cheio sai e o caminhão deixa outro vazio. Aí, volta tudo para o buraco.
 
O sistema de coleta mecanizada está em teste em três pontos de São Paulo. O plano é chegar a 30 até o fim do ano. Alguns, com mais de uma lixeira, para separar o que é reciclável.
A instalação de cada sistema desse dura uns 15 dias e custa R$ 500 mil. Daria para comprar mais de 300 contêineres comuns.
 
“Há tendência de você baixar isso. Nós acreditamos que vamos fazer isso pela metade do preço”, diz o presidente da empresa, Luiz Gonzaga.
Para Sabetai Calderoni, do Instituto de Desenvolvimento Sustentável, o projeto é caro demais e não investe em novas centrais de reciclagem. São Paulo recicla menos de 2% do lixo.
 
“Reciclagem custa muito pouco. Ao mesmo tempo, dá grande benefício para a sociedade. Nós estamos trocando a reciclagem pelo aterramento de resíduos que na verdade são um conjunto de matérias-primas preciosas”, aponta o ambientalista.